Quando assisti ao trailler do filme As Aventuras de Pi, fiquei muito surpresa de sua classificação indicativa ser tão baixa (10 anos). A priori, trata-se de um filme infantil, mas engana-se quem acha que irá assistir a mais um clássico de Walt Disney. Dirigido magistralmente por Ang Lee, Life of Pi (em seu título original) é um filme profundo, que trata de questões humanas seculares, como fé e perseverança. Através da cultura indiana, o roteiro se desenrola de maneira leve, unido à força imagética e aos efeitos especiais muitíssimo bem feitos (assisti a versão em 3D), o roteiro não se perde entre a voz do narrador e os personagens principais, Pi e um Tigre de Bengala adulto, Richard Parker.
Com pitadas de humor bem dosadas, As Aventuras de Pi, fazem o espectador viajar com ele através de sua imaginação (?) fértil, mergulhar profundamente no Oceano Pacífico, e tornar-se náufrago junto com Richard Parker e Pi.
A minha sensação (reforçada pelos óculos 3D) de estar me afogando, o temor de ver tubarões brancos e baleias cachalotes, e o fascínio na beleza das água-vivas elétricas fazem do filme um verdadeiro deleite imagético.
Abordando de maneira leve questões tão complexas como Deus, destino e karma, As Aventuras de Pi é um filme que eu recomendaria para toda a família, de qualquer idade ou credo, pois em pouco mais de 2 horas (passadas quase desapercebidamente), Pi e seu Tigre de Bengala emocionam e nos tiram lágrimas sem cair no dramalhão forçado de uma tragédia vivida por seus personagens (mesmo porque trata-se de uma película infantil).
Em meio a realidade cotidiana, deixar-se sonhar e inundar-se pela imaginação (ou não) do jovem Piscine, o Pi, é trazer de volta um pouco mais da leveza e esperança à vida excessivamente realista.
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