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sábado, 19 de janeiro de 2013

Um oceano de belezas



Quando assisti ao trailler do filme As Aventuras de Pi, fiquei muito surpresa de sua classificação indicativa ser tão baixa (10 anos). A priori, trata-se de um filme infantil, mas engana-se quem acha que irá assistir a mais um clássico de Walt Disney. Dirigido magistralmente por Ang Lee, Life of Pi (em seu título original) é um filme profundo, que trata de questões humanas seculares, como fé e perseverança. Através da cultura indiana, o roteiro se desenrola de maneira leve, unido à força imagética e aos efeitos especiais muitíssimo bem feitos (assisti a versão em 3D), o roteiro não se perde entre a voz do narrador e os personagens principais, Pi e um Tigre de Bengala adulto, Richard Parker.
Com pitadas de humor bem dosadas, As Aventuras de Pi, fazem o espectador viajar com ele através de sua imaginação (?) fértil, mergulhar profundamente no Oceano Pacífico, e tornar-se náufrago junto com Richard Parker e Pi.
A minha sensação (reforçada pelos óculos 3D) de estar me afogando, o temor de ver tubarões brancos e baleias cachalotes, e o fascínio na beleza das água-vivas elétricas fazem do filme um verdadeiro deleite imagético.
Abordando de maneira leve questões tão complexas como Deus, destino e karma, As Aventuras de Pi é um filme que eu recomendaria para toda a família, de qualquer idade ou credo, pois em pouco mais de 2 horas (passadas quase desapercebidamente), Pi e seu Tigre de Bengala emocionam e nos tiram lágrimas sem cair no dramalhão forçado de uma tragédia vivida por seus personagens (mesmo porque trata-se de uma película infantil).
Em meio a realidade cotidiana, deixar-se sonhar e inundar-se pela imaginação (ou não) do jovem Piscine, o Pi, é trazer de volta um pouco mais da leveza e esperança à vida excessivamente realista.

Polisia



Depois de minha tentativa frustrada de assistir à Os Intocáveis, o que me restou foi Polissía. E que grata surpresa! Polissía é um filme que move. E cala.

Através dos depoimentos e histórias de seus personagens, somos convidados a acompanhar a rotina dos policias da Brigada de proteção ao Menor de Paris, no Departamento de Abusos Sexuais. Sempre que um filme traz essa temática de violência contra a mulher e à criança me causa enorme desconforto, talvez por isso na primeira meia hora de filme eu tenha ficado com a respiração presa. O assunto é tenso, mas o diretor Maïwenn soube dar uma leveza (?) impressionante a questões tão delicadas como pedofilia, prostituição e violência infanto-juvenil.

O filme também é uma crítica sobre a visão desumana que se faz dos policiais, que também amam, odeiam - e às vezes -envolvem-se demais em cada caso. Também aborda de maneira crua, o sexismo dentro da coorporação e a dificuldade que as policiais femininas têm, inclusive de interrogar homens acusados de abusar sexualmente de suas filhas e esposas.

Uma das frases mais fortes do longa, foi do personagem Fred, quando confessa que eles tentam resolver todos os casos, mas nem sempre dá. Isso traz a dimensão do quão complexo são os crimes contra a criança, pois a não-resolução de um caso, pode implicar na morte daquele menor.

Atuações vigorosas, por vezes enérgicas, Polissía consegue emocionar sem cair na pieguice. Tanto, que uma das cenas mais chocantes é a separação de um menor de sua mãe, que alega aos policiais não ter condiçõe de criá-lo. O grito daquela criança parecia conter uma dor que vinha da alma. Difícil de sustentar-se na cadeira vendo o desespero daquela separação. Tanto que minha colega sentada ao meu lado retirou-se da sala de projeção.

A atuação daquele pequeno ator foi tão convincente que por vezes me fez duvidar se ele estava de fato apenas atuando. Doloroso.
Mas Polissía não é um dramalhão, também rende cenas engraçadas que perpassam por uma espontaneidade tranquilizadora.

Polissía trata da violência contra a criança e o adolescente de uma maneira humana, convidando-nos a relfetir.
Será possível ser apenas policial e ver cada pequena vida daquelas sendo roubada, estrupada e violentada sem envolver-se ou tocar-se profundamente?
Eu cheguei à conclusão de que não. Todo e qualquer trabalho que exista o fator humano envolvido, sempre permeará pelo campo emocional, mesmo quando o trabalho não permite atravessar essa linha tênue do profissionalxpessoal.

Paraíso ?



Na verdade Paraísos Artificias é uma história triste. Engana-se quem acha que vai ver curtição, alegria e sorrisos.
Paraísos Artificiais mostra o lado eufórico da droga, o lado libidinoso da droga, o lado da bad trip e o lado da VIAGEM. Muito bem feitos, por sinal. Ponto alto pra cena de oversode.Ponto alto para as cenas de sexo, que aliás, são muitas! Me surpreendi com a interpretação de Natalia Dill, que saiu um pouco dessa aurea que a circunda de "menininha rica do Leblon" interpretando muito bem uma dj "mutco loka e bissexual". Convence.
Uma das frases mais marcantes foi justamente de um velho rato de rave que disse à Érika, personagem da Natália Dill que "as drogas são incapazes de criar uma realidade alheia à você, elas simplesmente, potencializam o que já existe. As pessoas tiram das drogas o que elas querem, a grande questão é: será que elas querem o que é melhor pra elas?". Pra mim esta frase valeu o filme inteiro. Sem apologias a nada, acho que o filme retratou bem o universo das raves - eu nunca fui em nenhuma dessas que duram dias, quem foi pode falar melhor por mim - mas do pouco que eu conheço, é bem aquilo ali. Infelizmente a trama caminha para um clichê disfarçado de "as drogas são ruins" e por isso perdeu um pouco do ineditismo na abordagem do tema. Os cortes temporais são meio confusos, o que dificulta um pouco acompanhar a sequência linear dos fatos, mas talvez não precise, pois como uma boa viagem psicodélica, nada faz muito sentido mesmo, e o que estava atrás pode vir pra frente e o que estava na frente pode nem mesmo existir...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Maria Felipa, guerreira e rainha


Representação de Maria Felipa

Por: Taísa Silveira
Em tempos modernos a mulher já conquistou posições de destaque na sociedade pós-moderna como a presidências da república, ministérios de expressão internacional ou gerencia de grande corporações, mas nada disso teria sido possível se não fossem as precursoras desse processo emancipatório feminino, como as guerreiras que lutaram das mais diversas formas pela independência, não só de gênero como pelo seu país e pelo mundo.
No mês da Independência da Bahia é simplesmente inevitável e imprescindível lembrar de certos nomes como o de Joana Angélica que defendeu o Convento da Lapa, ou de Maria Quitéria, que lutou bravamente contra o Império Português nas terras brasileiras em favor de nossa liberdade. Porém outras mulheres com tanta coragem, garra e perseverança também devem ser exaltadas como Maria Felipa, negra, marisqueira, descendente de sudaneses, da ilha de Itaparica, que defendeu sua terra bravamente contra coronéis e o exército português em prol da liberdade de seus iguais.
Maria Felipa nasceu na Bahia, na ilha de Itaparica, no século XIX e comandou cerca de 40 mulheres contra a invasão das tropas portuguesas em terras e águas baianas. Sua entrada nas comemorações cívicas do 2 de julho ainda permanecem tímidas, tendo ela sido incorporada ao desfile apenas no ano de 2007, depois de muita luta política dos dirigentes da Casa de Maria Felipa e simpatizantes à causa.
Os ícones negros que fazem parte de nossa história não devem ser relegados ao ostracismo, devem sim ser lembrados, relembrados, exaltados, estudados, e marcarem as páginas dos livros, teses, dissertações e materiais escolares, pois é reconhecendo as pessoas, que se cria a identidade de um povo. Pensando nisso que a diretora e pesquisadora da Casa de Maria Felipa, Hilda Virgens, resolveu resgatar a história desta heroína baiana chamada Maria Felipa de Oliveira em forma de título de homenagem.
“Resolvemos criar este título com o nome de Maria Felipa, porque Zumbi dos Palmares não nos representa em totalidade, pois as mulheres também fizeram parte da história” afirma. Ela diz ainda que o reconhecimento de Maria Felipa dentro da história nacional do país é de suma importância, pois demonstra também a imagem do feminino no processo histórico brasileiro. “Resgatar a história de Maria Felipa é também o empoderamento da mulher, que sai das margens e passa a ser atriz dentro da história, é a nossa luta” diz Hilda.
No ano de 2004 foi criado um corredor cultural no bairro do Curuzu na Liberdade com o objetivo de mostrar a cultura afro-brasileira, e a partir deste projeto, Hilda Virgens criou o título Maria Felipa da Contemporaneidade para homenagear mulheres negras que tenham trabalhos expressivos em sua comunidade. Em sua 5ª edição, o prêmio já homenageou os Griôs do Curuzu – contadores de histórias – a vereadora e vice-candidata à prefeitura de Salvador 2012, Olívia Santana, a vereadora Tia Eron, a prefeita de São Francisco do Conde, Rilza Valentim, Beth Lima do bloco afro Ilê Aiyê, e no ano de 2011, em que foi comemorado ao Ano Internacional do Afrodescendente, foi incluso também um ícone da contemporaneidade americana do entretenimento, a apresentadora de TV, Oprah Winfrey.
Para a dirigente da Casa de Maria Felipa o maior legado dessa itaparicana é reafirmar a importância da mulher negra dentro do processo histórico brasileiro. “Trabalhamos coma resistência, representada pela própria resistência do nosso povo contra a coroa portuguesa e com o processo de transcendência, representada pela fé e pela conquista dos novos espaços sociais pela população afro-descendente” explica Virgens.
Exaltar Maria Felipa é reconhecer na história da Bahia e do Brasil o valor do povo negro que ajudou a construir nossa identidade, é sair do lugar-comum onde o negro ainda tem o ranso de escravismo e devolver não só aos ícones do passado como aos seus descendentes o lugar que lhes cabe. “Falar de Maria Felipa é também a devolução da linhagem real dos negros trazidos para o Brasil” diz Virgens.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Fotografias belas e um zoológico que pede socorro

Fotógrafa Mônica Silveira


A Semana Internacional do Meio Ambiente foi saudada por fotógrafos de Salvador com muita criatividade e sensibilidade com uma exposição fotográfica no Zoológico da capital baiana durante cinco dias. 
 
Idealizada pelo fotógrafo Emídio Bastos em associação com a AFNatura, foi realizada uma chamada pública para que os profissionais e amadores, admiradores da natureza expusessem seus trabalhos. Foram 107 fotógrafos concorrendo, e apenas 88 fotografias passaram na seleção. “Fiquei muito feliz de ter tido uma foto minha selecionada pela curadoria do evento nesta bela homenagem 
à natureza” falou animada a fotógrafa Mônica Silveira. 
 
São os mais diversos olhares sobre a fauna e flora do Brasil e do mundo, que esses amantes da natureza trouxeram para os cinco dias de exposição. Uma homenagem singela e mais do que justa àqueles que compõem toda a beleza e diversidade do nosso planeta tão degradado pelo bicho-homem.
Ver os rostinhos das crianças curiosas e excitadas com os cliques e closes de cada fotografia trouxe uma renovação de esperança no meu coração. Logo quando cheguei ao zoológico naquela tarde entre nuvens de domingo quis contemplar a exposição. Muitas fotografias belas, cheias de cor e vida, de um verde revigorante das águas, folhas e das íris oculares de algumas espécies de pássaros. 
 
Após passar pela exposição, fui (re) conhecer e (re) vistar o zoológico municipal de Salvador, que há anos eu não ia. Uma certa tristeza e melancolia se abateu nesta mera observadora que vos fala. Contrastando com a beleza mostrada das fotografias da exposição, o que eu vi no zoológico foram espaços reduzidíssimos para os animais circularem, especialmente a jaula (?) dos macacos-prego, que além de muito pequena, não haviam copas de árvores para que eles pudessem se esconder, pular e macaquiar por entre os galhos. Apenas um chão de terra batida e um tronco seco, morto. O que separava os espectadores ansiosos por ver uma macaquice e os pequenos primatas era um vidro sujo. 
 
Caminhando pelo lugar, - muito belo por sinal, fui explorando outras zonas em que havia outros animais sendo expostos. As jaulas das corujas não era muito diferente da dos pequenos primatas, muito pequena, escura e sem amplo espaço de circulação para as aves exercitarem seus vôos. 
 
A chuva fina que caiu naquele dia contribuiu para o lamaçal que ficava no caminho até os animais de grande porte. Cotias, porcos-do-mato, avestruzes, ursos-pardos, muitos animais exóticos que convidavam os expectadores a contemplá-los e infelizmente a alguns alimentar os micos que saracutiavam próximo ao lago dos jacarés ignorando o aviso gigantesco na entrada do zoológico alertando para não alimentar os animais... 
 
Fui seguindo meu caminho até passar por um viveiro belíssimo cheio de aves cor de rosa-chá, algo que lembrava um flamingo em miniatura. Acho que este momento é um dos melhores no passeio pelo zoológico, pois as aves sobrevoam nossas cabeças e a interação entre elas e o bicho-homem é mais intensa. Fiquei simplesmente encantada. Ao sair daquele imenso viveiro, me dirigi para a ala dos felinos, animais que me causam a mais pura admiração e fascínio. O zoológico estava especialmente cheio, neste domingo com crianças, artistas de rua travestidos de palhaços, casais de namorados, pais, mães, avós e netos, andando de um lado para o outro, munidos de celulares e câmeras fotográficas. 
Infelizmente a ala dos felinos deixou muito a desejar. Apenas um animal que lembrava muito um caracal vivendo num imenso aquário iluminado de vidro. Achei que haveria alguma explicação sobre as espécies ali expostas, pois existia uma televisão no corredor dos transeuntes, mas estava desligada. O corredor projetado em formato de rocha, era bonito, logo em frente ao aquário de vidro existia uma espécie de córrego artificial com pequenas espécies de peixinhos. Mais uma vez os avisos de não alimente os animais era ignorado, e as crianças excitadas jogavam a pipoca que estava sendo vendida em cada esquina do zoológico, no córrego pros peixinhos... 
A conclusão de meu passeio na Semana Internacional do Meio Ambiente até o Zoológico Municipal de Salvador foi que: apesar do local estar pedindo socorro às autoridades responsáveis pela gestão do zoológico, a natureza em sua beleza, força e magnitude ainda desperta inspirações e aguça a sensibilidade das pessoas, que dispõem-se a dedicar uma exposição para mostrar a singularidade da natureza.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Fotografias belas e um zoológico que pede socorro


A Semana Internacional do Meio Ambiente foi saudada por fotógrafos de Salvador com muita criatividade e sensibilidade com uma exposição fotográfica no Zoológico da capital baiana durante cinco dias.
Idealizada pelo fotógrafo Emídio Bastos em associação com a AFNatura, foi realizada uma chamada pública para que os profissionais e amadores, admiradores da natureza expusessem seus trabalhos. Foram 107 fotógrafos concorrendo, e apenas 88 fotografias passaram na seleção. “Fiquei muito feliz de ter tido uma fotografia minha selecionada, já fazia muito tempo que eu não participava de mostras e exposições, mas só de meu trabalho ter sido submetido a uma curadoria especializada, mesmo depois de tanto tempo sem expor, mostrou que ainda não perdi a mão e meu trabalho tem qualidade” falou animada a fotógrafa Mônica Silveira.

São os mais diversos olhares sobre a fauna e flora do Brasil e do mundo, que esses amantes da natureza trouxeram para os cinco dias de exposição. Uma homenagem singela e mais do que justa àqueles que compõem toda a beleza e diversidade do nosso planeta tão degradado pelo bicho-homem.

Ver os rostinhos das crianças curiosas e exitadas com os cliques e closes de cada fotografia trouxe uma renovação de esperança no meu coração. Logo quando cheguei ao zoológico naquela tarde entre nuvens de domingo quis contemplar a exposição. Muitas fotografias belas, cheias de cor e vida, de um verde revigorante das águas, folhas e das íris oculares de algumas espécies de pássaros.

Após passar pela exposição, fui (re) conhecer e (re) vistar o zoológico municipal de Salvador, que há anos eu não ia. Uma certa tristeza e melancolia se abateu nesta mera observadora que vos fala. Contrastando com a beleza mostrada das fotografias da exposição, o que eu vi no zoológico foram espaços reduzidíssimos para os animais circularem, especialmente a jaula (?) dos macacos-prego, que além de muito pequena, não haviam copas de árvores para que eles pudessem se esconder, pular e macaquiar por entre os galhos.

Apenas um chão de terra batida e um tronco seco, morto. O que separava os espectadores ansiosos por ver uma macacquice e os pequenos primatas era um vidro, sujo.
Caminhando pelo lugar, - muito belo por sinal, fui explorando outras zonas em que haviam outros animais sendo expostos. As jaulas das corujas não era muito diferente da dos pequenos primatas, muito pequena, escura e sem amplo espaço de circulação para as aves exercitarem seus vôos.

A chuva fina que caiu naquele dia contribuiu para o lamaçal que ficava no caminho até os animais de grande porte. Cotias, porcos-do-mato, avestruzes, ursos-pardos, muitos animais exóticos que convidavam os expectadores a contemplá-los e infelizmente a alguns alimentar os micos que saracutiavam próximo ao lago dos jacarés ignorando o aviso gigantesco na entrada do zoológico alertando para não alimentar os animais...

Fui seguindo meu caminho até passar por um viveiro belíssimo cheio de aves cor de rosa-chá, algo que lembrava um flamingo em miniatura. Acho que este momento é um dos melhores no passeio pelo zooĺógico, pois as aves sobrevoam nossas cabeças e a interação entre elas e o bicho-homem é mais intensa. Fiquei simplesmente encantada. Ao sair daquele imenso viveiro, me dirigi para a ala dos felinos, animais que me causam a mais pura admiração e fascínio. O zoológico estava especialmente cheio, neste domingo com crianças, artistas de rua travestidos de palhaços, casais de namorados, pais, mães avós e netos, andando de um lado para o outro, munidos de celulares e câmeras fotográficas.

Infelizmente a ala dos felinos deixou muito a desejar. Apenas um animal que lembrava muito um caracal vivendo num imenso aquário iluminado de vidro. Achei que haveria alguma explicação sobre as espécies ali expostas, pois existia uma televisão no corredor dos transeuntes, mas estava desligada. O corredor projetado em formato de rocha, era bonito, logo em frente ao aquário de vidro existia uma espécie de córrego artificial com pequenas espécies de peixinhos. Mais uma vez os avisos de não alimente os animais era ignorado, e as crianças excitadas jogavam a pipoca que estava sendo vendida em cada esquina do zoológico, no córrego pros peixinhos...

A conclusão de meu passeio na Semana Internacional do Meio Ambiente até o Zoológico Municipal de Salvador foi :apesar do local estar pedindo socorro às autoridades responsáveis pela gestão do zoológico, a natureza em sua beleza, força e magnitude ainda desperta inspirações e aguça a sensibilidade das pessoas, que dispõem-se a dedicar uma exposição para mostrar a singularidade da natureza.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Pousada do Convento oferece charme e conforto aos visitantes de Cachoeira



Por: Taísa Silveira

Famosa pela sua história e fortes aspectos culturais, a cidade de Cachoeira oferece ao seu visitante uma série de programas turísticos, desde a visitação aos monumentos históricos e religiosos, como igrejas em estilo barroco, ao ecoturismo em meio às trilhas abertas pela Mata Atlântica. Mas quando a idéia é unir essas atividades ao conforto de uma boa hospedagem, a Pousada do Convento – primeira construção civil-religiosa da cidade – é uma das melhores opções da cidade.

A pousada possui uma arquitetura privilegiada. Ao entrar no hotel, o turista se depara com uma escadaria de degraus largos, uma herança da época em que o lugar ainda era um convento de frades carmelitas. Na área externa, um jardim, rodeado por mangueiras, jambeiros e trepadeiras, com bancos de madeira forma um perfeito ambiente para o visitante relaxar lendo um livro ou tomando um coquetel de frutas servido pelo restaurante do hotel. Duas piscinas, uma especialmente adaptada para crianças e idosos e outra maior, para os que gostam de nadar, estão entre as opções de lazer.

Quem opta por visitar Cachoeira hospedando-se no antigo convento, terá o privilégio do contato com um ambiente que mistura o estilo rústico da arquitetura do século XV ao agradável clima tranqüilo, típico de cidades pequenas como Cachoeira. A confortável estrutura inclui quartos climatizados, internet wi-fi, garagem fechada, serviço de lavanderia e um restaurante que serve, entre outros pratos, uma deliciosa moqueca de camarão – um dos carros-chefe da cozinha do hotel.

A Pousada do Convento, que fica localizada próxima ao Centro de Cachoeira, possui 52 dos 300 leitos de hotéis da cidade e faz parte do Conjunto do Carmo – uma série de construções com fins religiosos onde funcionou também um hospital, um convento de frades e serviu de sede do Quartel General na luta baiana a favor da independência do Brasil, em 1822.

O antigo Convento do Carmo, onde atualmente funciona o hotel, foi construído entre 1670 e 1700. Sua estrutura em estilo colonial foi preservada, especialmente após seu tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1970. Depois desta data, o órgão já financiou a recuperação do Convento e da Igreja do Carmo, construída em estilo barroco e completamente folhada a ouro.

Atrativos turísticos – Entre as opções de passeio pela cidade de Cachoeira são as trilhas que levam às cachoeiras do Japonês e da Levada. A trilha que dá acesso à primeira tem dois caminhos – uma pelo do clube Balneário e outra pelo bairro do Caquende. A caminhada dura cerca de duas horas e o visitante terá a oportunidade de tirar muitas fotos panorâmicas. A trilha passa pelos trilhos do trem até chegar à cachoeira que possui pequenas quedas d’água e poças que permitem aos visitantes banhar-se tranquilamente.

Para aqueles que preferem trilhas mais fáceis existe a opção da Levada, de acesso menos complicado e que permite ao visitante chegar à cachoeira em menos de 40 minutos. A Levada possui vários locais para o banho e uma ótima paisagem, com árvores frutíferas que deixam o clima fresco, além do privilégio do visitante poder ter acesso à nascente que fica a menos de 20 metros da principal queda d’água da cachoeira.

Quem preferir explorar a cultura da cidade pode fazer os passeios de barco pelo rio Paraguaçu, saindo do cais do porto e se dirigir ao município de Nagé, que oferece, além da possibilidade do banho nas águas do Paraguaçu, a visita ao antigo Engenho da Vitória, que no século XIX produzia boa parte da farinha que era exportada da cidade de Cachoeira.

Cachoeira também é um dos principais destinos do turismo étnico na Bahia. Para os fascinados pela cultura afro-brasileira, existem guias bilíngües especializados em fazer passeios pelos terreiros de Candomblé, proporcionando ao turista a interação direta com os cultos da religião de matriz africana, um dos principais atrativos da cidade.

E como a cidade pulsa cultura e história, o visitante que deseja conhecer um pouco mais do passado do Recôncavo baiano pode visitar as Igrejas Matriz e do Carmo, a Capela de Nossa Senhora da Ajuda – que no mês de novembro realiza a festa de Nossa Senhora da Ajuda, uma espécie de Carnaval fora de época com mascarados e fanfarras que arrastam os foliões pelas ruas da cidade.

Outra importante atração, a Câmara e Cadeia, uma antiga construção do século passado que serviu de prisão para os escravos e atualmente abriga uma espécie de memorial da luta pela independência do Brasil, repleto de livros e objetos da época. O turista pode conhecer a Câmara e Cadeia diariamente, a qualquer hora do dia.

Para mais informações sobre o município de Cachoeira e opções de hospedagem e de alimentação clique aqui.

Serviço

Como chegar

Partindo de Salvador pela BR-324, seguir até o entroncamento da BA-026, percorrendo-se mais 11 km até Santo Amaro. A partir desta cidade, siga para Cachoeira pela mesma BA-026, trafegando por mais 38 km. Outra opção é seguir pela BR-324 até o viaduto que dá acesso à BR-101 e, de lá, seguir até a Barragem de Pedra do Cavalo. Depois é só pegar o acesso para Cachoeira. De ônibus é possível ir pela empresa Santana, a partir do Terminal Rodoviário de Salvador. Mais informações pelo telefone (71) 3450-4951. A cidade de Cachoeira fica a 109 km de Salvador.

Tarifas da Pousada do Convento
Quarto Individual
Térreo – R$ 55,00
Andar Superior – R$ 99,00

Quartos Duplos
Térreo – R$ 80,00
Andar Superior – R$ 149,00
Mais informações: (75) 3425-1716

*Matéria originalmente publicada em 17 de fevereiro de 2011/verão.bahia.com.br